
Acusado de assassinar executivo de seguros médicos em NY se declara inocente

Luigi Mangione, acusado de assassinar o presidente de uma empresa de seguros médicos em dezembro, em Nova York, declarou-se nesta sexta-feira (25) inocente do crime, que pode resultar na pena de morte.
Mangione compareceu hoje ao Tribunal Federal do Distrito Sul de Manhattan, onde a juíza Margaret Garnett leu as quatro acusações contra ele, incluindo assassinato com arma de fogo, porte de armas e assédio repetido.
Mangione já havia se declarado inocente de 11 acusações no Tribunal Criminal de Manhattan, incluindo assassinato como ato terrorista. Ele é acusado de matar Brian Thompson, presidente da UnitedHealthcare, uma das maiores empresas de seguro médico dos Estados Unidos, em uma rua de Nova York.
A secretária americana de Justiça, Pamela Bondi, anunciou no começo do mês que vai pedir a pena de morte para Mangione, 26, ao argumentar que "o assassinato foi um ato de violência política, premeditado e a sangue frio".
O crime e a fuga por cinco dias do seu suposto autor, filho de uma família rica e engenheiro formado em uma das principais universidades do país, causou comoção entre os americanos, a maioria crítica dos seguros de saúde privados, devido ao seu custo elevado e à demora em dar acesso aos serviços médicos.
Uma longa fila se formou na porta do tribunal para entrar na sala onde aconteceu a audiência. "Muita gente não acredita que ele seja culpado, outros acham que, mesmo se ele for, é um mal necessário, porque destaca as injustiças na indústria de seguros de saúde", disse Lindsay Floyd, ativista que trabalha pela causa de Mangione.
- Herói ou vilão? -
O fundo que os advogados de Mangione criaram para a sua defesa já arrecadou quase US$ 950 mil (R$ 5,4 milhões), a maior parte pequenas doações de milhares de pessoas que pedem a sua libertação e um julgamento justo.
O que mais impressionou o professor de história Elliot Gorn, da Universidade Loyola de Chicago, após o assassinato de Thompson foi "o sentimento profundo de mágoa que muitos americanos expressaram". "De repente, as comportas se abriram e todo mundo parecia ter uma história de terror de atendimento médico negado", comentou.
Para Jeffrey Butts, professor e pesquisador da Universidade da Cidade de Nova York, a atenção que o assunto gerou "simboliza o ressentimento e a raiva entre os setores menos educados" da população.
"O fato de alguém pretender apoiá-lo reflete o dano causado à nossa cultura desde o surgimento de Donald Trump como ator político que incita a violência como resposta às diferenças políticas", acrescentou.
O.Martin--SMC